9 de setembro de 2012

As tempestades solares podem nos afetar na superfície da Terra?

Manchas solares de primeiro de setembro de  1859,
  desenhadas por Richard Carrington.
  A e B marcam a posição inicial do evento luminoso,
 o qual se moveu para C e D em 5 minutos,
 antes de desaparecer.



De 28 de agosto até 2 de setembro de 1859, várias manchas e ejeções foram observadas no Sol.  Logo antes de primeiro de setembro daquele ano, o astrônomo britânico, Richard Carrington, observou uma grande ejeção solar (CME – Coronal Mass Ejection) vir em direção à Terra, em uma viagem que durou 17 horas.  Tal evento geralmente leva de 3 a 4 dias.  Esta CME, que foi a segunda emitida da mesma mancha solar em curto espaço de tempo, viajou tão rápido porque a primeira havia ‘limpado o caminho’ do vento solar plasmático.


Auroras causadas pelo impacto da ejeção solar, que geralmente só são vistas nas regiões polares de nosso planeta, foram vistas ao redor do mundo, inclusive na região do Caribe.  As auroras que ocorreram sobre a Montanhas Rochosas da América do Norte foram tão intensas, que acordaram os mineradores, os quais começaram a preparar seus desjejuns matinais, pensando que já era de manhã.

Sistemas de telégrafo por toda a Europa e América do Norte falharam e em alguns casos chegaram a dar choques nos operadores.  Os postes de distribuição dos telégrafos emitiram faíscas e os papeis utilizados no telégrafo espontaneamente pegaram fogo.  Alguns sistemas de telégrafo continuaram a enviar e receber mensagens, apesar de terem sido desconectados de suas fontes de energia.

Em 3 de setembro de 1859, Baltimore American and Commercial Advertiser reportou: “As pessoas que estavam fora tarde na noite de quinta-feira tiveram a oportunidade de testemunhar uma demonstração magnífica de luzes da aurora.  O fenômeno foi similar ao que ocorreu no domingo à noite, embora às vezes a luz era mais brilhante e a variação de tonalidades mais variadas e belas.  A luz parecia cobrir todo o firmamento, aparentemente como uma nuvem luminosa, através da qual as estrelas de grande magnitude brilharam indistintamente.  A luz foi mais intensa do que a da Lua cheia, mas tinha uma suavidade e delicadeza indescritíveis, e parecia envolver tudo que atingia.  Entre as 00h00 e 01h00, quando a luz estava mais brilhante, as ruas silenciosas da cidade, descansando sob a estranha luz, apresentavam uma aparência singular e bela“.

Tempestades solares menos intensas ocorreram em 1921 e 1960, causado uma interrupção nas transmissões de rádio.

Hoje, na era da comunicação digital, embora ninguém saiba dizer ao certo o que uma tempestade desta magnitude poderia causar, é quase certeza que afetaria nossos equipamentos eletrônicos de forma negativa.


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