Consideremos a circunstância abaixo;
Imaginemos que Pedro e Paulo, gêmeos, se despedissem no dia 1º de janeiro de 1974 numa grande rampa de lançamentos de foguetes. Pedro parte para uma grande viagem espacial em direção a um lugar que diste muitos anos-luz; durante a viagem , o seu foguete deverá ser acelerado até uma velocidade quase idêntica à da luz. Por ocasião do lançamento, os gêmeos teriam exatamente 30 anos de idade. Pontualmente, no dia 1º de janeiro de 2003, o astronauta retorna à terra. Ele mesmo terá agora uma idade de talvez uns quarenta anos. Seu irmão gêmeo, que ficou aqui , estará, no entanto, com sessenta anos de idade. Essas são, entretanto, especulações que não foram totalmente comprovadas.
– A velocidade da luz é inatingível?
A dificuldade de nossa experiência reside , além de uma série de outros problemas técnicos, no fato de que a contração relativista do tempo só se torna realmente digna de nota quando aceleramos a “nossa” nave espacial a uma velocidade próxima à da luz. Se, por exemplo, a nave espacial apesentasse uma velocidade de cerca de 50% da luz, ou seja, 150 000 quilômetros por segundo, o fator de diminuição do tempo a bordo seria de apenas 1,15. A 90% da velocidade da luz, esse fator aumentaria para 2,3; a 99% seria 7; a 99,9% seria 22. A teoria da relatividade restrita, infelizmente, ainda contém um outro detalhe: a massa de um corpo aumenta com velocidades crescentes, na mesma proporção em que o decorrer do tempo diminui. Portanto, para a maior aceleração de um foguete no âmbito logo abaixo da velocidade da luz, temos de consumir quantidades gigantescas de energia, que provavelmente não serão disponíveis, mesmo com todo o progresso alcançado na técnica das viagens espaciais. No melhor dos casos, vôos até as estrelas mais próximas, como por exemplo Alfa Centauri, poderão entrar no âmbito do possível com uma técnica muito avançada e com enormes durações de vôos. Vôos que atravessem todo o nosso sistema galático ou que, eventualmente, se estendam até mesmo a galáxias distantes, deverão, portanto, continuar por enquanto apenas nos filmes de ficção científica. A esse respeito existe mais uma circunstância: uma nave espacial que voasse numa velocidade próxima à da luz entraria numa reação com a matéria interestelar. As partículas dessa matéria se chocariam de tal modo com a nave numa velocidade tão potente, que ela provavelmente não seria capaz de resistir durante muito tempo a esse bombardeio. Aliás, a velocidade da luz não pode ser alcançada, por motivos essenciais, neste caso seria necessário uma quantidade de energia infinitamente grande. Pelo mesmo motivo também não é possivel uma velocidade superior à da luz.
Na física moderna, ocasionalmente, é levantada a suposição, que não contrário o que foi dito acima, de que poderia existir na natureza partículas que se movimentam com velocidades superiores à da luz, os chamados “tachyons”.
Apesar de toda uma série regular de experiências, ainda não foi possivel localizar tais particulas. Aliás, elas iriam apresentar características simétricas em relação às caractarísticas das partículas “normais” que se movimentam em velocidades inferiores à da luz. Por exemplo, elas sofreriam um aumento de massa quando passassem de uma velocidade muito acima daquela da luz para uma próxima à ela. A existência desses tachyons é atualmente motivos de acirrados estudos. Pode-se, entretanto, ter bastante certeza de que as ‘estranhas’ partículas dificilmente entrariam em cogitação para uma futura viagem espacial. Um recado desanimador aos numerosos entusiastas da ficção científica, que constantemente acusam os cientistas de partir sempre unicamente dos conhecimentos atuais e limitados: o homem, e também a terra, inclusive os estoques de energia no nosso planeta, têm um caráter finito. Nós não somos semideuses, nem dispomos de estoques ilimitados de energia.
O universo é tão incomparavelmente grande em relação às nossas circustâncias terrestres, que precisamos pensar com uma certa modéstia a respeito de nossas próprias possibilidades
Fonte: Universo Racionalista
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