30 de setembro de 2011

Estudo revela que planícies de Mercúrio foram formadas por rios de lava


 
Enormes respiradores parecem ser fonte de grandes volumes de lava que saíram para a superfície
Fendas vulcânicas se abriram há bilhões de anos em Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, e liberaram a lava que formou suas planícies suaves, informou um estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista
Science e que descreve as descobertas de uma sonda da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) que orbita o astro desde março.

Entre 3,5 e 4 bilhões de anos atrás, fendas vulcânicas se abriram na crosta de Mercúrio e expeliram lava, formando as planícies que ocupam 6% do pequeno e quente planeta, que cobrem uma superfície equivalente a 60% dos Estados Unidos, segundo o artigo publicado.

Uma série de informes divulgados na revista descrevem as descobertas da sonda Messenger da NASA, desde que começou a orbitá-lo, em meados de março. As fendas que derramaram lava não eram como os vulcões de montanha, que se formam gradualmente ao longo do tempo, como os do Havaí, por exemplo, mas profundos cortes que expulsaram rios de lava incandescente que em alguns lugares fluíam a até dois quilômetros de profundidade.

"Estes enormes respiradores, de até 25 km de comprimento, parecem ser a fonte de grandes volumes de lava muito quente que saíram para a superfície de Mercúrio", disse James Head, um dos autores da pesquisa, professor de Ciências Geológicas da Universidade Brown, na costa leste dos Estados Unidos. Os fluxos de lava foram para a superfície, "talhando vales e criando crostas em forma de lágrima no terreno subjacente", informou Head. "Um destes depósitos é tão enorme que o vulcanismo tem que ser importante em outros lugares", explicou.

Os vulcões contribuíram para a formação dos planetas, inclusive Marte, e ajudam estes corpos celestes a liberar seu calor interno. Na Terra, erupções vulcânicas similares formaram o terreno ao longo do rio Columbia nos estados de Washington e Oregon, no noroeste dos Estados Unidos, de 12 a 17 milhões de anos, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Os cientistas vislumbraram algo na superfície de Mercúrio a partir de um trio de sobrevôos do Messenger. A sonda foi lançada em 2004 e entrou em órbita no dia 18 de março. A sonda Mariner 10 foi a primeira a se aproximar de Mercúrio em 1974 e em 1975 e fazer um mapa de 45% da superfície do planeta.

A NASA espera que a Messenger lance mais luz sobre a composição da superfície de Mercúrio enquanto o orbita a cada 12 horas a uma altura mínima de 200 km. Os instrumentos da sonda também mostraram que o orbe é varrido por ventos solares. 
crédito: NASA
Esta imagem obtida pela Messenger mostra a Bacia do Goethe no Pólo Norte de Mercúrio. A imagem foi uma das primeiras enviadas pela sonda
Esta imagem obtida pela Messenger mostra a Bacia de Goethe no Pólo Norte de Mercúrio. A foto foi uma das primeiras enviadas pela sonda
 Mercúrio não tem atmosfera, o que significa que pode chegar a temperaturas de 430ºC, mas também perder todo o calor quando se distancia do Sol, atingindo os -170º C. O pequeno planeta é o único, além da Terra, que tem um campo magnético ao seu redor, mas ele não gera o mesmo escudo resistente contra a radiação solar.

"Nossos resultados indicam que a frágil magnetosfera de Mercúrio oferece muito pouca proteção do planeta frente aos ventos solares", disse outro dos autores do estudo, Thomas Zurbuchen, professor da Universidade de Michigan (norte).

Seu nome provém do deus romano mensageiro, tem muitas crateras que fazem com que sua superfície se assemelhe à Lua. O menor dos oito planetas do Sistema Solar é cerca de um terço do tamanho da Terra, quase tão denso e orbita ao redor do Sol aproximadamente a cada 88 dias terrestres.

Fonte: UFO.com.br

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